Monday, June 4, 2012

A Arte e as Dificuldades de Educar Crianças Autistas


O professor, ou o educador que pretende trabalhar com alunos em condição de inclusão possui agora uma tarefa que lhe surge como um desafio. BAPTISTA e BOSA (2002) chamam o aluno que chega para a inclusão de novo aluno e o que já faz parte da sala de aula de aluno antigo. A complexidade do desafio suscita ao professor uma angústia que se faz ouvir imediatamente por meio de uma queixa tríplice: “Que posso fazer?”, “Que devo fazer?” e “Que posso esperar?” Tem-se a impressão que o professor coloca-se no centro da situação esquecendo-se que deve se preparar muito para esta tarefa que lhe é imposta.
O aluno está em uma situação delicada, pois da rotina em que se encontrava viverá a transição para uma nova situação. Talvez não traga consigo uma queixa manifesta, mas é certo que terá de se adaptar a um novo contexto, com novas pessoas e novas circunstâncias.
É preciso, então, que seja muito bem-acompanhado nessa etapa de transição. O diagnostico transdisciplinar deve levar em conta o aluno em um contexto anterior, onde ele se encontrava antes de chegar à nova sala de aula. A partir disso, o aluno poderá ser ajudado no trabalho de inclusão. Nessa perspectiva, o centro é o aluno e não o professor.
A avaliação consiste de um exame da situação desse novo aluno, de suas peculiaridades, de suas necessidades e diferenças em relação aos alunos antigos. Para que essa avaliação produza, de fato, um conhecimento que auxilie no trabalho com o novo aluno é preciso que ela seja compartilhada com outros profissionais. Daí a importância do professor receber assistência adequada de uma equipe com profissionais de outras áreas que possam permitir uma articulação transdisciplinar. Cabe ao professor a reivindicar essa assistência e as instâncias que planejam a experiência da inclusão, a implementação.
O trabalho de inclusão impõe modificações no panorama institucional da escola e no interior das pessoas que aí trabalham. Assim, o trabalho deve começar com a mobilização de todos os profissionais, desde a direção, serviços de supervisão e coordenação e, também, de profissionais considerados periféricos como médicos, dentistas e psicólogos. Os professores e os funcionários da escola que lidarão com os alunos de inclusão mais diretamente devem participar dessa equipe de trabalho.
É extremamente importante que o professor/educador busque uma melhoria contínua das suas competências profissionais, dos seus conhecimentos científicos, de suas ideias sobre desenvolvimento e educação. Trabalhar os pré-conceitos é fundamental para o sucesso do trabalho que visa melhorar a qualidade de vida dos portadores de necessidades especiais, especificamente dos autistas.
O professor deve ter um papel significativo para a criança, pois assim maiores serão as chances de desenvolver as suas habilidades, uma vez que os alunos passarão a sentir segurança e confiança no professor. O conhecimento amplo e abrangente da síndrome de autismo, das características específicas da criança que educa e de metodologias de ensino atualizadas é extremamente importante para o professor que pretende realizar seu trabalho dignamente junto dessas crianças.
SCHWARTZMAN e ASSUMPÇÃO (1995), destacam que o professor deve oferecer uma previsibilidade de acontecimentos, que permite situar a criança no espaço e no tempo, na qual a organização de todo o contexto se torna uma referência para a sua segurança interna, diminuindo assim os níveis de angústia, ansiedade, frustração e distúrbios de comportamento. O professor também se beneficia dessa rotina à medida que consegue operacionalizar os objetivos do seu plano de ensino de maneira mais dinâmica e organizada. A rotina deve ser compreendida como planejamento e organização, e não uma restrição à criatividade do professor permitindo a ele a possibilidade de maior visualização sobre todo o seu trabalho.

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